Estamos vivendo um mês bem importante: o mês vocacional, onde a nossa atenção se volta para contemplarmos todas as vocações.
O primeiro fato importante de se constatar é que cada um de nós tem um chamado, um desígnio de amor e um plano de felicidade, então, cada um precisa descobrir esse plano de amor que é a vocação.
A Palavra meditada está em São Mateus 13,44-46:
“O Reino dos Céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo. O Reino dos Céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra.”
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Olhando para a Sagrada Escritura, perceberemos nos Evangelhos que o Reino de Deus é comparado com vários elementos, aqui, nesse Evangelho, ele é comparado com uma pérola. O Evangelho descreve o valor que tem o Reino dos Céus e o que vale a pena fazer por ele. A passagem nos mostra que pelo tesouro vale a pena vender tudo para conquistá-lo.
O Reino é a maior riqueza
O Reino dos Céus é a maior riqueza que nós devemos encontrar e, por ele, precisamos submeter todas as coisas. É esse tesouro que uma vez encontrado, vale a pena dar tudo por causa dele.
Estamos falando de um Reino que já começa a acontecer aqui na Terra. O Reino dos Céus é Deus no centro da nossa vida. Não se trata apenas de um lugar, mas de uma condição para a qual nos submetemos, então, o reinado de Deus começa a ser bem concreto.
Na vocação buscamos a vontade de Deus, esse Deus que nos chama e nos convoca. Não existe uma vocação melhor do que a outra, cada uma tem a sua importância. Cada vocação bem vivida colabora para que o Reino de Deus aconteça.
A vocação é um convite
Todas as vocações são um convite a sair de si para se doar ao outro. Por mais que tenhamos dons e vocações diferentes, todas elas nos convertem para um único destino: o Reino dos Céus.
Deus precisa assumir o lugar d’Ele em nossa vida. O lugar de Deus não deve ser ocupado por mais ninguém em nossa vida.
Muitos casais de namorados e de casados acham que o parceiro ocupa o lugar central na vida deles, mas temos em nós o espaço chamado “virginal”, onde apenas Deus pode habitar. Quando Deus ocupa o lugar d’Ele, as outras pessoas e coisas ocupam também o seu devido lugar.
Pode ser que o seu casamento ou o seu namoro estejam desordenados porque Deus não está em primeiro plano. É uma luta constante para que coisas, pessoas e projetos não ocupem o lugar de Deus em nossa vida.
Deixemos Deus ocupar o lugar d’Ele em nossa vida. Mas como isso pode acontecer? Rezando.
Todos os estados de vida, todas as vocações precisam viver Deus no centro. O Reino dos Céus é o centro de Deus em nossa vida.
Vocação é descoberta, temos três: o matrimônio, o sacerdócio e o celibato.
“Seus discípulos disseram-lhe: ‘Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não se casar!’. Respondeu ele: ‘Nem todos são capazes de compreender o sentido dessa palavra, mas somente aqueles a quem foi dado. Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos Céus. Quem puder compreender, compreenda’” (Mateus 19,10).
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Celibato pelo Reino dos Céus
Jesus foi quem inaugurou esse estado de vida. O celibato tem um sentido: celibato pelo Reino dos Céus. É um compromisso assumido por Deus, portanto, existe uma missão por trás desse chamado. É por causa do Reino.
O celibatário porta uma missão específica. O celibatário aponta para uma realidade eterna, ele vai apontando para a humanidade que será plenificado no amor de Deus, viemos de Deus e voltaremos para Ele. Por isso, o celibatário não rejeita o casamento, mas ele o oferta por causa de uma vocação.
A renúncia do celibatário
Toda a vocação assumida terá uma renúncia. A renúncia do celibatário está em não assumir um compromisso com outra pessoa como acontece no casamento.
O celibatário, por graça de Deus, é chamado a amar a Deus com o seu coração humano, para que Deus o ensine a amar os outros com o coração divino. O celibatário é chamado a não excluir ninguém, mas em todas as relações interpessoais precisa ficar claro a centralidade de Deus.
O celibatário ama a Deus e as coisas d’Ele, por isso, é chamado a amar todas as pessoas, mas sempre se lembrando que ele tem um amor a Deus.
Como descobrir o celibato
Como descobrir esse chamado? É preciso fazer um caminho de descoberta. Eu aprendo com os estados de vida, eu olho para os casais e aprendo.
Na medida em que damos espaço, o coração vai nos mostrando a nossa identidade. Com isso, quando olhamos para aquele tipo de vida, nos vemos vivendo daquela forma.
“Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mateus 6,33).
Deus quer te despertar a descobrir a sua vocação!
Transcrição e adaptação: Karina Silva.