Somos chamados a meditar a Palavra de Deus que está no Evangelho de São João 5, 1-9. Vamos fazer um caminho com a Palavra de Deus para que cheguemos ao cume. O Senhor quando vier, como Ele vai nos encontrar? Quando o Senhor vier, Ele virá silencioso. Onde e como nós estaremos? Esse homem, que é relatado na Palavra de Deus, era enfermo e estava vivendo em qual situação?
Jesus, lá em Caná da Galileia, curou o filho de um funcionário real. Depois, Ele sai de lá e sobe para Jerusalém. São João não diz qual era a festa, mas era uma festa dos judeus, e é lei, preceito, faz parte da espiritualidade judaica que algumas festas específicas judaicas sejam vividas em peregrinação. Peregrinação não é um termo original do cristianismo, esse termo já vem de tempos antigos; e no judaísmo era um termo muito comum.
Quando Jesus chega em Jerusalém, Ele não entra pela porta principal, entra pela porta que é a mais esquecida, a porta dos fundos. A porta que, naturalmente, ninguém entraria para as celebrações, então, Jesus chega na “piscina” de Betesda, esse termo significa misericórdia.
Para que a narrativa fique perfeita, imaginemos uma piscina judaica, religiosa, onde se faz as purificações. Porque assim que era feito, para que, ao entrar no templo, não se levasse bactérias, vírus, pois as pessoas iam a pé, com seus animais, e não como nos dias de hoje. Porém, aquela não era uma piscina de purificação, não era sobre a Misericórdia de Deus. Provavelmente, a piscina de Betesda era dedicada a um deus greco-romano chamado Asclépio, que era o “deus da cura, dos doentes e dos enfermos”. Por isso, São João, para tornar hebraica a passagem, ele fala do anjo, do mensageiro, mas aquela piscina era do paganismo, aqueles doentes estavam aos pés de um lugar pagão.
Lugar onde se peca contra o único Senhor
Pensa comigo: nós acabamos de viver a Semana Santa, Jesus Cristo é condenado por causa da lei. Eles pegam a lei judaica e dizem que Jesus cometia crimes contra ela. O lugar da narrativa de São João, aquela piscina, é o lugar onde se peca contra o Deus único, onde deuses são adorados e buscados para serem utilizados como instrumentos de cura. É naquela piscina pagã, naquele lugar de miséria humana, que Jesus entra pelas portas dos fundos inesperadamente e encontrar-Se com ela. Em hebraico, é chamada de Betesda, com 5 pórticos (entradas). Existem muitas literaturas a respeito, mas aqui estamos falando da lei, do pentateuco. E o que São João queria dizer?
A arqueologia bíblica, no século passado, encontrou com escavações a piscina de Betesda com 5 pórticos, as entradas. Uma piscina tem 4 lados, mas por que essa tem 5 entradas? Porque era uma piscina dupla. São João narrou tal qual era o lugar, sem fábulas, sem imaginações. Porém, nos é preciso entender qual é a centralidade da mensagem da piscina de Betesda.
Veja bem, para passar de uma piscina para a outra, era preciso passar por mais um pórtico. Então, Jesus, ao entrar por aqueles pórticos, encontra numerosos doentes deitados no chão: cegos, coxos e paralíticos que ficavam esperando o borbulhar da água. O movimento da água acontecia por causa das fontes que tinha embaixo, mas a crendice popular, uma fé não amadurecida, acreditando que o Deus único não era o mesmo Deus de Jacó, de Isaac, de Abraão, faz com que aquelas pessoas criem em torno da piscina de Betesda um lugar de cura.
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E Jesus encontra os enfermos humilhados, abandonados pelo chão. Mas, por que o olhar de Cristo ressaltou somente sobre um homem e somente ele foi agraciado com a cura? Jesus é seletivo? O parâmetro de certo e errado não pode partir de mim ou de você, mas só de Cristo. Jesus achou algo de diferente naquele homem. Aquele homem doente estava enfermo há 38 anos Jesus vê um coração desejoso de ser resgatado.
Sabedoria divina
Jesus sabia quem ele era. Aí está a sabedoria divina. Não adianta tentar enganar a Deus, “dar o seu jeitinho”. Não seja ingênuo! A Deus ninguém manipula… Ou nós vivemos verdadeiramente em Deus, ou não vivemos.
Jesus sabia que aquele homem tinha um coração reto. Então, perguntou: “Você quer ficar curado?”. Mas o homem não sabia que precisava de alguma cura além da física. Ele era paralítico, ou seja, não podia andar. Alguém o levou para Betesda, 38 anos antes, e o abandonou lá. Mas eis que Jesus chega e dá uma palavra de ordem para aquele homem: “Levanta-te, toma o teu leito, e anda”. E, imediatamente, ele ficou curado.
Não existe conversão de vida sem movimento. É preciso colocar-se a andar. E mais, Jesus ordenou que aquele homem pegasse seu leito para se lembrar de sua história. O leito que, antes, era sinal de morte para aquele homem, naquele momento, tornou-se sinal de salvação.
Transcrição e adaptação: Rebeca Astuti.