Um mundo sem Deus é um mundo sem amor. Mas, o amor também é lei
Ouvimos a leitura do livro de Malaquias, ele que era um profeta e não é tão conhecido por nós. A Igreja nos apresenta uma situação bem peculiar que o povo vivia: “Vossas palavras são duras contra mim, diz o Senhor, e ainda perguntais: ‘Que dissemos contra ti?’ Vós estais dizendo: ‘É coisa inútil servir a Deus; que vantagem tivemos em observar seus preceitos e em levar uma vida severa na presença do Senhor dos exércitos?” (Ml 3, 13)
Era inútil servir a Deus, diziam eles, só que aquele tempo chega até nós. O que seria o mundo se não tivéssemos Deus? E o que é o mundo para aqueles que têm Deus?
Percebemos que a mesma pergunta que faço a vocês, podemos fazer ao povo lá atrás. Em várias ditaduras que vemos por aí, várias ideologias, são claras as ideias de que é muito mais fácil tirar Deus de cena. Mas, se O tiro de cena, vamos colocar tantas outras coisas em Seu lugar e aí corremos o risco de dizer: ‘Frente a tantas outras propostas que nos fazem, é inútil servir a Deus!’
Acredito, muito mais, na força da oração de uma ‘senhorinha’ que não tem instrução nenhuma do que de pessoas que estudam, mas têm uma fé morta. São estas mulheres e homens, de uma simplicidade tamanha, que sustentam a nossa fé.
Virou moda surgir ditadura, ideologia, não existe Deus nessas ditaduras. É muito mais fácil tirar Deus de cena, porque poderemos fazer tudo, não vamos ter lei, nem caridade e vamos cultuar a morte. Um mundo sem Deus, não tem lei.
“Vieram, entretanto, a falar uns com os outros, os tementes a Deus. O Senhor prestou atenção e ouviu-os; em sua presença foi escrito um livro de feitos notáveis, aberto aos que temem o Senhor e têm seu nome no pensamento.” (Ml 3, 16)
Este livro é a Palavra de Deus que só é aberto para aqueles que temem o Senhor. Num mundo sem Deus, a primeira coisa a ser tirada é a lei. É muito mais fácil viver na anarquia. Quando tiro Deus de cena, a primeira coisa que tiro é a lei Dele e eu é quem passo a ser o soberano. Tirando a lei de Deus, não existe a verdade que é Deus, aí entra a ditadura do relativismo, onde cada um tem a sua verdade. Quando a lei de Deus é tirada, aparecem várias outras verdades. É muito mais fácil viver de conveniência, no ‘bem bom’. Deus não é ditador, ditadores são aqueles que querem colocar verdades em nossos ouvidos que não é a verdade Dele.
O relativismo faz com que criemos tribos. Estamos deixando que entre em nossos ouvidos, em nossas casas, a mesma notícia, só que cada um colocando o enfoque de acordo com o seu interesse, cada emissora colocando o que quer. Querem formar o nosso mundo em um mundo sem Deus.
Um mundo com Deus, segue a lei de Deus, segue os valores
Cristão autêntico não se deixa enganar por qualquer coisa! A Palavra de Deus não é impossível de ser seguida, ela cabe em nosso coração. É possível e é muito bom ser de Deus, mas eu preciso ter coragem para isso. Uma pessoa que tem uma fé autêntica, segue, busca, luta. Os que se deixam levar pela rebeldia, se deixam levar por um mundo sem Deus.
Um mundo com Deus segue a lei que é este livro que foi escrito na nossa presença e foi aberto àqueles que temem o Senhor, que O colocam em Seu devido lugar. Temer não é ter medo, é você se colocar em seu lugar de necessitado Dele, Ele é o Senhor que me ama. É seguir a vontade de Deus que nos foi deixada pela Sagrada Escritura, pelo Sagrado Magistério.
Um mundo sem Deus é um mundo sem amor. Mas, o amor também é lei. No Evangelho de hoje, ouvimos uma parábola, onde Jesus diz: ‘Levante, vá ao encontro do seu irmão!’. Em um mundo sem Deus, o outro nunca é o mais importante, eu uso o outro, vou abusar dele e fazer o que eu quero. Um mundo sem Deus tem a cultura do descartável, um mundo com Deus tem a cultura do encontro. O mundo que vive a cultura do descartável é colocar o outro em contato comigo somente quando eu preciso dele, para que o outro me sirva.
Quantas famílias se destroem, porque joga-se o outro fora por ele não servir mais. Não descarte seu marido, você se casou na saúde, na doença, na alegria e na tristeza. Uma família sem Deus é uma família que vive o descartável. Esse que está sendo gerado em sua barriga já é o outro, não é você e você não tem direito de abortá-lo. Num mundo com Deus o outro é sempre mais importante.
Uma família com Deus não cultua o descartável, mas vive a cultura do encontro. Saia do seu mundinho e vá ao encontro do outro. A maior viagem é quando você sai do mundo do seu coração e vai ao encontro do outro. Quantos de nós temos medo de andar nas ruas da nossa cidade e andamos com os vidros do carro fechado. Quantos de nós estamos em apartamentos e nem sabemos o que está acontecendo no apartamento vizinho. O verdadeiro mundo criado por Deus é o mundo que tem a cultura do encontro, percebamos a nossa vida. Estamos tendo a cultura do encontro, saindo do nosso ‘mundinho’ e indo ao encontro do outro?
A cultura do encontro não é aquela que espera violência, mas é aquela que surpreende inclusive o ladrão. É aquela que pergunta: ‘Do que você está precisando?’ Um mundo com Deus tem amor, um mundo sem Deus tem descarte.
Um mundo com Deus tem lei, tem amor e tem vida. Jesus vai dizer: “Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!” (Lc 11, 13). Um mundo sem Deus valoriza muito mais a morte do que a vida, valoriza muito mais o aborto do que uma gravidez responsável, valoriza muito mais a eutanásia do que aprender com aquele que está sofrendo. E não tem coragem de pedir Àquele que dá o Espírito Santo. Um mundo com Deus tem leis que nascem de um coração que ama.
Se você quer seguir um mundo com Deus, lembre-se que o outro é sempre mais importante e peça o Espírito Santo! A escolha é sua, o mundo que você vai criar, depende de você!
Transcrição e adaptação: Míriam Bernardes