Hoje, em mais uma quinta-feira de adoração ao Sagrado Sacrifício, Jesus faz um apelo àqueles que não desistem da batalha e aceitam o desafio de lutar até o fim.
A consciência que deveríamos ter é de que somos muitos ricos em nossas misérias e pobres em nossas virtudes. Durante todo o dia de hoje, eu falei sobre a região mediana de nossa fé, a qual está intimamente ligado com aquilo que temos o desejo de ver.
O fariseu, que o Evangelho apresenta, ao contrário do que pensamos, não era um homem ruim, mas sim uma pessoa cheia de boas intenções, vivendo estritamente a Palavra. Mas essa visão limitada do reino de Deus não o permitia vislumbrar tudo o que já estava reservado para ele.
No Evangelho de hoje, um fariseu convida Jesus para ir à sua casa. Mesmo que Ele não gostasse da classe dos fariseus, Ele amava as pessoas que compunham este grupo. Infelizmente, por mais que o homem tenha aberto a porta de sua casa, ele não abriu a porta do seu coração.
Muitos de nós, assim como aquele homem, somos cheios de pré-julgamentos, não reconhecendo à sabedoria do Deus vivo. Então Jesus, que tinha entrado naquela casa oferecendo o perdão para aquele homem, acabou por dar o perdão para a mulher que era tida como pecadora por todos.
Isso só foi possível porque ela se abriu ao perdão e amou mais do que o próprio fariseu. Aquela mulher, que era tida naquela época como inferior aos homens e, ainda por cima, se tratava de uma pecadora, entrou correndo em direção a Jesus e se jogou aos Seus pés, não temendo a reação d’Ele, pois sabia que Deus acolhia a todos, independente da situação que se encontravam.
O ateísmo só existe por que as pessoas se preocupam em procurar Jesus, colocando Deus como algo racional para justificar nossas falhas. Mas, na verdade, não é preciso procurá-lo, pois Ele nunca nos perdeu. Ele sempre esteve perto de nós, mesmo quando nos afastamos d’Ele.
No banquete que Jesus nos prepara, a cada Santa Missa, existe um lugar para essa mulher pecadora, para aquele jovem perdido nas drogas, para mim e também para você. Por mais que a sociedade diga o contrário, Jesus nos conhece melhor do que qualquer outro e sabe até onde somos capazes de ir pela nossa salvação.
A mundanização de nossa mente, que nada mais é do que o lado mais terrível de nós, faz com que o lado mais egoísta do nosso ser venha à tona. Mas não podemos nos esquecer que, na hora que a dor apertar e o desespero chegar, existe o colo de um Pai misericordioso para nos acolher.
Ao fim do banquete, servido pelo fariseu, aquele que organizou tudo e preparou os melhores pratos chegou ao fim da festa tendo de arrumar tudo e lavar a louça. Agora, aquela que foi ousada na fé e invadiu a casa para estar próxima de Jesus foi recompensada com a melhor parte.
Até hoje você pode ter carregado uma atitude de fariseu, mas é o próprio Jesus que o convida a ter a mesma atitude que a pecadora teve naquele jantar.
Peça a Deus, nessa tarde, aquilo que falta na sua vida. Seja ousado assim como aquele mulher, que até então era pecadora, mas se colocou diante de Jesus. Aquela mulher chegou sem ser convidada e voltou para casa transformada, ganhando a salvação.
Transcrição e adaptação: Gustavo Souza