João 2, 1-11
Hoje é dia de São Vicente de Paulo, dia do meu aniversário onomástico. Tenho esse nome por causa deste santo. Meu pai foi, por anos, membro da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP); eu cresci participando das reuniões dos vicentinos.
Por graça e alegria de Deus, eu posso estar aqui apresentando a vocês o novo livro do saudoso padre Léo, cujo título é “Cheia de graça”, o qual a Canção Nova – com muito cuidado e carinho – faz chegar à sua mão. Nos seus [padre Léo] 10 meses de luta [contra o câncer], eu estive muitas vezes com ele, que se esforçava – com soro na mão e um laptop com letras grandes – para evangelizar. “Já que eu não posso falar, vou escrever, pois a evangelização não pode parar”, dizia padre Léo. E não é só este, há outros livros, e o Eto tem enfrentado desafios para que eles cheguem até vocês.
Para mim, é uma alegria estar aqui – adoração é missão do padre do Sagrado Coração de Jesus. É missão da Comunidade Bethânia. Estou aqui para falar da “Cheia de Graça”, da Mãe de Jesus. E de modo especial por meio daquilo que Deus plantou no coração do padre Léo. Vamos descobrir a Boa Nova de Nossa Senhora, proclamada neste Evangelho que lemos.
Ninguém pode ser feliz sem fazer aquilo que Deus espera dele.
Maria, a Mãe de Jesus, e o próprio Jesus e seus discípulos foram convidados para uma festa de casamento, e para os judeus, casamento tem grande importância, pois é um sinal da própria aliança que Deus faz com seu povo, por isso, celebram-no com uma semana de festa.
Na Bíblia, as núpcias do Cordeiro simbolizam o casamento de Jesus com sua Igreja, então, vejam a força do sinal desse sacramento na Bíblia. E é neste contexto que a presença de Maria e Jesus faz a diferença. De acordo com os relatos do Evangelho de São João, Jesus e Maria deveriam ser próximos dos noivos, porque eles foram ao terceiro dia de festa. A pergunta que fica para nós é: “Se Maria estava nesta festa, como ela estava, o que ela estava fazendo”?
Como você vai a uma festa de casamento? Você vai celebrar, mas dificilmente põe a mão para organizá-lo, para que tudo na festa saia bem. Dependendo de quem vai à festa, se ela tem síndrome de perua, ela sempre dá um jeito de arrumar um convite de qualquer jeito para ir à festa. E se não consegue ninguém, ela vai com “carteirinha de sapo”. E qual é a preocupação dela? Com que roupa ir, ficar uma semana sem comer para entrar no vestido e ser fotografada.
Maria estava assim na festa? Não! Como Ela estava? Vá pensando com você sobre a presença de Nossa Senhora nessa festa. Cada detalhe do Evangelho de São João é uma riqueza, não há preocupação com o tempo. Neste Evangelho é narrado que Jesus vai a Jerusalém umas três vezes; a preocupação de São João é outra. É rico em simbologia e os detalhes falam.
“Jesus e seus discípulos também foram convidados para o casamento”. Maria já estava lá. Ela se envolveu com os preparativos desses quatro dias de festa. Ela não foi como “madame” nem foi de qualquer jeito. Ao ver que faltava vinho, a Mãe de Jesus lhe diz: “Eles já não têm mais vinho”. E Jesus responde: “Que tenho eu com isso? Mulher, minha hora ainda não chegou” (cf. João 2,3-4).
O vinho tem o significado da Nova Aliança quando Jesus o transforma em sangue. Nossa Senhora diz que falta vinho: vinho da graça para a festa da salvação, a qual corre perigo nos nossos dias. Vejam as nossas famílias como estão. Maria se antecipa para que não falte este vinho.
Como será que Maria se sentiu após Jesus lhe dizer que a hora d’Ele ainda não havia chegado? Padre Léo diz no livro [“Cheia de graça”] que Maria deve ter olhado nos olhos de Jesus e dito: “Antecipa sua hora”. E se afastado.
Prevenção tem que chegar antes, por isso, Maria chegou antes e foi ao encontro dos discípulos. Se nós a convidamos para a festa de nosso nascimento, para festa da situação concreta [que vivemos], Ela nos leva a Jesus. Ela sabe quem pode trazer o “vinho”. Ela sai e confiantemente vai até os serventes e diz: “Fazei tudo que Ele [Jesus] vos disser” (João 2, 5b).
Era uma festa de família que não era muito pobre, deveria haver uns três serventes que obedeceram a Nossa Senhora. A atitude deles nos impressiona, pois provavelmente confiaram nela. Eles poderiam se revoltar contra Jesus. O poço ficava a uns 800m de onde estavam, mas eles foram obedientes e viram o milagre. Ao encherem as talhas, a água se transformou em vinho e esse vinho não era qualquer um, era bom. Quem obedece a Jesus encontra o “vinho melhor”.
Quantos casais por não convidarem Maria para seus casamentos – não experimentam o “vinho da alegria”. Faltou convidar Jesus e Maria. Ela estava atenta para servir. Maria, atenta, servia e cuidava.
O convite de Deus, para nós, é o de retomarmos o serviço de Maria. Quem não se põe a servir nunca vai experienciar milagres. Precisamos servir como Maria e que nas nossas casas sempre existam pessoas para servir.
Quero dizer a você que está desanimado: “A situação em que você está tem jeito!”. Se você se dispuser a servir como Maria, a graça virá e você verá – por intermédio do serviço – o milagres de Deus acontecer. O seu olhar atento, como o de Nossa Senhora, pode trazer Deus onde Ele faltar. Peça ao Senhor um olhar atento como o de Nossa Senhora para que você possa servir como Maria.
Transcrição: Willieny Isaías