Queremos celebrar nessa homilia o dom da vida, principalmente da criança que é gerada no ventre de sua mãe. Mas, ao mesmo tempo, pedir ao Senhor que renove no coração dos homens de boa vontade, o respeito pela vida. Como deixou registrado o papa João Paulo II, em um documento profético – Evangelho da Vida –, nós enfrentamos uma cultura de morte, onde, desde a concepção, a vida tem sido desrespeitada, agredida, com toda uma tentativa de cancelá-la. Por isso, queremos pedir ao Senhor da vida que toque o coração dos homens e mulheres de boa vontade para que renovem o respeito à vida, principalemtne do nascituro, do feto que traz problemas graves de saúde. Toda pessoa humana, desde sua concepção até seu momento derradeiro, deve ser respeitada, porque Deus é o Senhor da vida.
No Evangelho de hoje, ouvimos que Jesus está nos falando para perseverarmos na oração. Em Lucas, os discípulos de Jesus chegam para Ele e dizem: “Mestre, os discípulos dos fariseus foram ensinados por eles a rezar, como também João Batista ensinou seus discípulos rezar. Então, ensina-nos a rezar também. O que Jesus fez? Ensinou-lhes a oração do Pai Nosso.
Ele quis que, por meio da oração, os discípulos cultivassem uma relação com o Pai do céu, que é Pai de todos nós. Por isso, o Senhor nos ensinou a dizer, “Pai nosso que estais no céu”. Com Sua paixão, morte, ressurreição, Jesus concedeu à humanidade tantos dons; Ele nos concedeu o Seu Pai como nosso Pai. Deus.
Jesus nos libertou do pecado com sua morte e ressurreição, nos reconciliou com Deus abrindo as portas do paraíso para que tivéssemos acesso ao coração de Deus e também nos concedeu a graça e a alegia de podermos chamar o Criador de Pai. Por isso, Ele ensinou a seus discípulos a oração do Pai Nosso para que cultivassem um coração filial, de confiança em Deus.
Para entendermos o Evangelho de hoje é importante percebermos que Jesus quis abençoar a humanidade colocando-nos em comunhão com Deus, para que todos nós, Seus filhos, pudéssemos chamá-Lo de Pai. Por mais que Deus seja sublime, onipotente, Ele é um Pai que cuida de cada um um de nós de forma pessoal, em especial com os pequenos, pobres, excluídos, aqueles que não têm a quem recorrer, a não ser a Ele mesmo. Essa é uma graça que Jesus nos deu com sua Páscoa.
O mais importante é que você cultive um amor filial, perseverando no amor a Deus, não porque Ele pode nos dar tudo aquilo que quisermos, mas porque Ele é Deus e basta. É descobrirmos que, por meio da oração, nós podemos amá-Lo e perseverar na vivência da Sua Palavra.
Muitas pessoas pregam a Palavra falando de um Deus comerciante, como se Ele ficasse esperando para nos dar um prêmio. O que acontece? Quando alguém faz uma oração, mas as coisas não acontecem como esperado, a pessoa fica com raiva de Deus. Você quer forçar o Senhor a fazer as coisas segundo o seu gosto? Quem é Deus nessa história, o Pai do céu ou você?
Meus irmãos, precisamos fazer um progesso na fé, insistir na oração. Não sei quanto tempo vai levar, mas insista. O mais importante da oração não é aquilo que você pede, mas o cultivo do amor por Deus.
Não há maravilha maior para recebermos do Senhor do que o dom de Seu próprio Espírito. Nós nos tornamos, pelo sacramento do batismo, templo do Espírito Santo. Somente movidos pelo Espírito é que podemos cultivar o amor desinteressado por Deus.
Abramos o nosso coração para a renovação do Espírito. Que seja Ele a nos ensinar a oração. Sempre, quando rezarmos o Pai Nosso, que possamos buscar, o Espírito de Deus. Devemos rezá-lo no Espírito para que seja um cultivo de amor ao Pai do céu, que Ele inspire nosso serviço ao reino dos céus.