Há alguns anos, o Papa Bento XVI publicou um livro cujo título é ‘Jesus de Nazaré’. Nele, o Papa faz uma reflexão muito interessante a respeito do motivo pelo qual Jesus foi perseguido pelos judeus, morto e crucificado. O motivo principal é que Jesus, por Suas pregações, revelava, deixava claro que Ele era o Filho de Deus, o Messias Salvador. Mas os fariseus interpretavam essa atitude d’Ele como uma blasfêmia.
Ele foi crucificado por causa do nosso orgulho, pois nós queremos uma vida plena, mas sem Deus. O pecado original, a rebeldia, muitas vezes, nos tenta para que nós, em nossas ações, busquemos a felicidade sem Deus, sem viver a Sua Palavra. Jesus também foi crucificado, porque carregou sobre Si as nossas culpas, as nossas dores, os nossos pecados. Por causa do amor e da salvação da humanidade, Jesus se deixou crucificar.
O momento em que Jesus revela toda sua plenitude de Filho de Deus é na Sua Páscoa, na Sua morte de cruz. Não é à toa que Ele diz: “Quando eu for levantado da terra, eu atrairei todos a mim”.
Por incrível que pareça, o Seu explendor de Messias Salvador brilhou com todo o fugor no mistério do Crucificado; e depois de três dias, na Sua gloriosa ressurreição. Aqui entra em jogo a nossa fidelidade de amor a Jesus Cristo, porque, normalmente, nós queremos viver a fidelidade a Jesus quando as coisas vão de bem a melhor. No entanto, quando, na caminhada cristã, os problemas e as dificuldades nos angustiam e se apresentam para nós, imeditamente, vem a tentação para nos fazer desacreditar do amor de Deus, a desacreditar que Ele é o Todo-poderoso. Nessas horas, torna-se muito difícil entender e acolher que o nosso Deus manifesta plenamente a Sua glória, o Seu poder no mistério do crucificado.
E o que Ele nos pede como discípulos? Fidelidade ao Seu amor, à Sua palavra. Eu sei que existem muitos profetas por aí anunciando um Jesus que dá solução fácil a todas as coisas, que resolve todos os problemas, mas eles ainda não entenderam que o Jesus da glória carregou sobre Si as nossas culpas.
É claro que na hora da dor nos sentimos sozinhos e abandonados; e mesmo quando há pessoas que nos ajudam e tentam nos dar palavras de consolo, fazemos uma experiência de solidão. Também Jesus fez essa experiência quando, do alto da cruz, disse: “Meu Deus, por que me abadonaste?”. Claro que o Pai não o havia abandonado, mas a humanidade de Jesus experimentou a solidão.
No Reino de Cristo, reinar é servir; e servir é dar a vida pelo bem do outro. Mas, às vezes, dar a vida pelo outro nos custa o sacrifício da própria vida. Por isso, o Filho de Deus revelou todo poder da glória de Deus na Sua morte e gloriosa ressureição. Nós nos tormanos participantes da morte e ressureição de Jesus quando passamos dificuldades, mas vivemos a fidelidade ao Senhor.
Preparemos-nos para a Páscoa do Senhor, pedindo a Ele fidelidade ao Seu amor, a graça de seguir a Cristo.
Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso