Não podemos cobrar do outro além do necessário, é preciso compreensão
É necessário que recebamos o que provém de Jesus, o que Ele nos traz, mas também é preciso que produzamos frutos do amor e da presença de Deus, graça que vai se refletindo em outras coisas concretas. A motivação de toda essa semana para nós foi de observarmos os tipos diferentes de frutos que devemos produzir.
Lemos nas Sagradas Escrituras que ocorreu uma grande reunião em Jerusalém para resolver a situação daqueles que antes eram pagãos, mas que se tornaram cristãos. As pessoas que vinham dessa realidade não tinham uma preparação, e a pergunta era: “O que fazer?”.
No tempo de Jesus, era muito comum as pessoas perguntarem qual o mandamento mais importante, já que não conseguiam fazer tudo. E eles queriam colocar sobre os outros aquilo que eles mesmos não conseguiam fazer. O sério problema era solucionar a situação de como lidar com aqueles que não eram mais pagãos, e isso ameaçava a Igreja que começava a nascer.
Paulo e Barnabé já haviam ensinado que Deus era o mais importante, mas que eram necessárias certas atitudes para que permanecessem presos à videira. Para não perdermos a verdadeira ligação com Deus, precisamos tratar nossas ideias como não sendo absolutas. Há pessoas que pensam diferente de nós e, às vezes, têm até mais razão. É preciso aprender a ouvir o que o outro pensa.
Para não romper com a comunhão, precisamos olhar para o lado. Não podemos chegar a ponto de ficar brigando por causa de besteira e tentando impor nosso ponto de vista sem parar para escutar o que o outro tem a nos dizer. Não podemos permitir que as coisas ruins, como a amargura, se misturem à seiva boa que está dentro de nós. Mesmo quando não concordamos com algo, é preciso saber escutar o outro.
Às vezes, damos atenção às coisas que nem valem a pena; somos nós que, muitas vezes, complicamos as situações. Os apóstolos Barnabé e Paulo sentiram a grande necessidade de não acreditar somente que o amor de Deus basta. O amor é importante, sim, mas é necessária a responsabilidade com esse amor.
O povo era muito preconceituoso com os pagãos e queria colocar um jugo sobre eles, impondo-lhes o cumprimento de tantas leis que os impediriam de andar, de prosseguir. Não podemos cobrar do outro aquilo que nem nós mesmos conseguimos realizar. E não é porque você sofreu, que os outros também têm de sofrer.
Por exemplo, se você não consegue ser pontual, não cobre do outro a pontualidade. Há pessoas que exigem ser amadas de uma determinada maneira, mas elas mesmas não conseguem amar desta forma. Não cobrem do outro além do necessário. Existe um limite da cobrança, caso contrário você sufocará o outro.
O coração é purificado pela fé, por isso, antes de se preocupar exageradamente com o que está à sua volta, preocupe-se com o que está dentro de você. Experimente rezar e amar! Não vamos sair por aí jogando as pessoas fora e cobrando demais delas. A disposição brota à medida que o coração vai sendo purificado pela fé. Um dos frutos que devemos produzir é a compreensão. Não podemos viver o extremo do pensamento de que Deus me ama, eu O amo e isso basta, nem tampouco de acreditar que temos que cumprir leis excessivas.
Deus deseja que sejamos pessoas cheias de vida, testemunhas da Sua Ressurreição e que coloquemos de lado a necessidade de ficar cobrando o outro. Centralizemos nossa vida em Deus.
Transcrição e adaptação: Míriam Santos Bernardes