Um coração confiante

Cleto Coelho

Cleto Coelho. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Corremos o risco de, mesmo estando na caminhada, não nos focarmos na busca pelo Reino de Deus, porque as preocupações vão tomando conta de nós.

Eu não sei como está sua vida, mas Deus sabe e Ele quer preencher seu coração com muita alegria, esperança, paz e fé.

Em Romanos 15,13 lemos: “O Deus da esperança vos encha de toda a alegria e de toda paz na vossa fé, para que, pela virtude do Espírito Santo, transbordeis de esperança!”.

Quero me deter a alguns verbos, e o primeiro deles é confiar. Precisamos ter confiança total em Deus, porque não nos abandona. Podemos nos decepcionar com pessoas, mas não com o Senhor, pois Ele é a nossa esperança e enche o nosso coração de alegria. Ele quer nos completar todos os dias com confiança e ânimo.

Outra realidade da Palavra é o verbo cuidar. Muitas vezes, quem nos vê não sabe como está o nosso coração, mas Deus sabe e continua dizendo que Ele quer nos completar. Nosso interior é como uma fonte, por isso, precisamos cuidar dela para que nossa vida não seque.

Não podemos deixar que os ciscos se tornem barreiras e prejudiquem a fonte que jorra vida. Cisco é pó de carvão, é lixo, são matérias diversas trazidas pelas enxurradas. E quanto cisco há em nosso coração, que não nos deixa ser uma explosão de alegria! A falta de perdão é um cisco que abala o nosso coração.

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O mais desafiador é cuidar do coração. Não podemos esperar um grupo de oração para rezar. Rezemos debaixo do chuveiro, oremos em línguas dirigindo o carro. Pode até parecer loucura, mas é essa atitude que vai desentupir nosso coração.

Não podemos deixar acabar dentro de nós o amor, a alegria e a esperança. Precisamos ser um pouco como Santo São Francisco, o homem da entrega, do desapego e da alegria, para jorrar a alegria para nossa sociedade, que precisa de homens assim.

Levantar. Por que levantamos, todos os dias, a cada manhã? Para levar o sentido da vida aos homens e mulheres que estão sedentos de Deus. Quando temos clara essa ideia, os problemas que chegam até nós não nos aprisionam.

Peregrinos

“A vida de oração de uma família precisa ser maior que aquilo que a preocupa.” Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Quantos homens e mulheres estão sedentos pelo poder, pela fama! Mas, no fundo, estão sedentos de Deus, por isso precisam encontrar pessoas que estejam “jorrando” esse Deus.

É preciso sair de si mesmo para ir às periferias existenciais. Papa Francisco diz: “Não fiqueis prisioneiros dos vossos problemas”. Em muitos momentos, é necessário sairmos de nós mesmo para irmos ao encontro do outro. Não podemos nos fechar em nós mesmos.

Se o “jorrar” alegria é demais para nós, precisamos ao menos gotejá-la, pingá-la. Umas gotas de veneno têm a capacidade de matar, e o gotejamento de alegria tem a capacidade de transformar a vida das pessoas. É um constante coração confiante que segue louvando, acreditando e gotejando. Somos chamados a ser “gotejadores” de alegria, mesmo diante das dificuldades e perdas.

Papa Francisco nos convida a abraçar com esperança o futuro; no entanto, resta-nos saber nas mãos de quem está nosso futuro. Temos de colocá-lo nas mãos de Deus; caso contrário, corremos o risco de colocá-lo nas mãos da cartomante. O que nos aguarda é a volta gloriosa de Jesus Cristo a terra. Ele vai voltar!

Se não rezarmos, não vamos aguentar! Não é bebendo, consumindo que se esquece dos problemas, mas sim rezando. Quando Jesus voltar, precisará nos encontrar na luta contra o pecado. A vida é uma travessia, e é você quem faz a opção pela alegria ou pela tristeza, sem se esquecer de que há a alegria verdadeira e a falsa.

Rezar é o que nos dá ânimo para continuar. A vida de oração de uma família precisa ser maior que aquilo que a preocupa.

Transcrição e adaptação: Míriam Santos Bernardes

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