“Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação”
Livro Tessalonicenses 4,3: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação”. Eu me reporto a tudo aquilo que Dom Alberto nos falou. Ele começou e eu peço a Deus a graça de concluir. A graça, a coragem de programa de vida que é a santidade, como objetivo de minha vida.
Confira um trecho da pregação:
“Eu quero, Senhor, ter a graça, a coragem, a determinação de programá-la como objetivo de minha vida, porque essa é a primeira vontade de Deus. Que eu me torne santo, pois o Senhor diz: ‘Sede perfeitos, porque Eu sou Santo’.
Senhor, eu quero ser santo! Vem, Senhor, confirmar com o Teu selo essa palavra. Essa é palavra Sua e peço que isso se grave em nós. Tudo na minha vida se volta para isso, pois sem ser santo eu sou nada, isto é, “Ou santo ou nada”.
“Deixai-vos guiar-vos pelo Espírito não pelo que é carnal” (Livro de Gálatas 5, 16)
Quando o apóstolo fala da carne, refere-se a tudo aquilo que a nossa vida humana quer e, muitas vezes, é contra o que o Espírito Santo deseja para nós.
A carne é cheia de vontade, ela chega a oprimir o corpo. Por outro lado, o Espírito Santo é suave, calmo. Muitas vezes, achamos que estamos sendo movidos pelo Espírito de Deus, mas, na verdade, é ainda a carne, a nossa vontade que está noa guiando. Ela camufla a vontade de Deus, por isso, precisamos do discernimento do Espírito Santo.
Peçamos a Deus a docilidade de ouvir a Sua voz, que é suave, sempre suave, uma brisa leve. Que façamos o que o Senhor quer. É a Palavra de Deus que está nos mostrando o que devemos fazer para chegar à santidade.
São bem conhecidas as obras da carne: contendas, ciúmes, orgias e outras coisas semelhantes. Nós não podemos admitir nenhuma dessas obras, precisamos ser conduzidos pelo Espírito Santo.
Somos chamados à Santidade
Desde o batizado, qualquer um de nós é chamado à santidade. Não tem exceção. Faz parte de nossa essência sermos santos. O estranho é continuarmos tíbios, medíocres. Não tem coisa pior do que a mediocridade na vida cristã. Muitos pensam assim: “Eu não sou fanático, para que ser radical? Eu estou na justa medida e vivo da mediocridade”.
No livro de Apocalipse, Deus disse: “Você que não é nem frio nem quente, eu não o aguento mais, estou para vomitá-lo de minha boca”.
Rezemos: “Senhor, por favor, não me vomite! Eu me arrependo, sei que tenho sido morno, optei por isso, não quis ser radical e tenho vivido normalmente. Eu tomei consciência e me decido, pedindo do fundo do coração, não me vomite, dê-me tempo, modo e determinação para deixar para sempre de ser mais ou menos.
A minha meta é a santidade! Não posso ficar paparicando minha carne. Hoje, pela Sua graça estou Lhe pedindo que quero ser santo e diante do Senhor quero proclamar a santidade como meta para a minha vida. Digo não à mediocridade!”.
“Sede santos! Essa é a minha vontade, é o que eu mais quero”
Nós precisamos fazer um momento de confissão comunitária de renovação carismática, todos nós, sem exceção. Somos exigentes demais no caminho dos carismas e esquecemos do caminho de santidade.
Eu, padre Jonas, tenho dado tudo para falar dos carismas, mas não coloquei todo o empenho para buscar a Santidade e creio que vocês também não. É por isso que nós da RCC não somos todo o fermento e sal para Igreja do Brasil e do mundo. Porque, infelizmente, só fomos pelo caminho dos carismas.
Não será pelos carismas que vamos ser julgados. Veja no Sermão das Montanhas: “Jesus disse que muitos dirão: Senhor, Senhor,[…] Pregamos em Seu nome. E o Senhor diz: “Sim, você realizou cura em Meu nome, mas não reconheço você e por quê? Porque você não realizou a Minha vontade, que era a santidade para a sua vida”.
Rezemos: “Que eu não me desvie, Senhor, dessa Sua vontade. Senhor, como Renovação Carismática Católica, nós nos arrependemos de não ter colocado como meta na nossa vida a Santidade”.
“Deus nos livre de ter tudo e não herdar o Seu Reino”
O apóstolo São Paulo começa a mostrar os frutos do Espírito que são o amor, a alegria, a paz… Esses três frutos são, na verdade, um só fruto, um produz o outro, tudo vem do amor. Santidade é enfrentar todas as situações de nossa vida, mas enfrentá-las com amor, alegria e paz.
Mesmo quando nos desprezam, ainda que a morte chegue, ainda que pareça que não temos mais chão sob nossos pés; precisamos enfrentar tudo com amor. Quando você enfrenta uma situação assim, sua cabeça começa a funcionar e você revive tudo, acaba se martirizando e parece que aquilo não se desapega de você, e por que isso? É porque você afrontou tudo com raiva, rancor, com ódio, com sentimento de vingança.
Nas coisas mais difíceis da vida, o Espírito Santo sopra o amor, é um amor sofrido, dolorido, amor de cruz, de martírio. Meu irmão, minha irmã, sozinhos não aguentamos mesmo! Mas é pelo Espírito que conseguiremos. É com o amor da Cruz que teremos gestos e sinais concretos do amor.
Talvez não seja marido ou filho, mas seja o seu superior, seu colega, seja o seu irmão religioso ou de grupo de oração, que o faz sofrer. A nossa primeira reação é a impaciência, e falamos para todos, murmuramos, criticamos e acabamos cheios de ódio. Sozinhos não mudamos isso, só com a força do Espírito Santo.
Qual é o segredo da santidade?
Quando perdoamos, amamos. Isso nos traz uma grande paz, a qual o mundo não conhece e, talvez, você não a conheça ainda. Que você exale o perfume do amor e do perdão. ‘Que eu não solte cólera, mas o restinho do amor que há em mim’. Esse é o segredo da santidade!
Veremos que essa paz produzirá alegria, fazendo com que sejamos alegres, mesmo ao carregar a Cruz. Sei que há cruzes que você carrega há anos e que você tem sido um verdadeiro herói. Mas, sem perceber, talvez tenha perdido a chance de ser santo.
Ame! Pois, o Espírito Santo é amor! Tenha gestos de amor e seja transformado. Jesus quer ser “um Jesus com seu nome”. Ele quer ser você, agindo em você! Eu preciso ter a cara de Jesus. Se eu reajo, se tenho a determinação do amor, isso vai acontecer! Passaremos a ter brilho no olhar, o nosso sorriso será como o de Jesus, tudo ficará mais belo. Não nos moldemos no mundo, mas no molde de Deus!
Volto para casa para fazer-me santo!
(Dom Alberto Taveira, Arcebispo de Palmas, faz uma colocação durante a pregação do padre Jonas)
“Padre Jonas, entro nesse momento da sua pregação para falar dos santos. Lutamos para que o Papa canonize os beatos do Brasil, mas o que eu peço, agora, pode ser ousado e parecer ‘meio louco’: Será que essas quinze mil pessoas, aqui, aceitariam o desafio de fazer parte dessa lista?
Há pessoas aqui que se corromperam pelo dinheiro, que exploraram os pobres, que praticaram o aborto, que assassinaram. Você que já roubou até um alfinete, que se prostituiu, que se entregou ao homossexualismo, que viveu sua vida ‘por baixo’, na mediocridade e tantas outras coisas… Deus quer você, seja como for, para fazê-lo santo!
O que falei agora, nós não veremos na terra, mas no Céu.
Escreva como resultado desse congresso: ‘Volto para casa para fazer-me santo!’. Esse atrevimento vem do Espírito Santo e eu assino embaixo. Não esqueça, escreva isso no caderno. Aceite esse compromisso. Como Bispo eu faço isso, porque não posso pedir outra coisa a não ser a nossa santificação. Isso não é apenas um bom conselho, mas a vontade de Deus!”.
Transcrição e adaptação: Manoela Almeida